brisa indolente
Céu! Céu! Nada mais que céu.
Corvos condenados a um dever de vaguear,
Gritam, rebeldes contra todas as causas.
Um solitário cacho de nuvens move-se lentamente
para oriente,
Propulsionado por uma brisa indolente.
Um rumor de vagas contra o silêncio da terra,
Infindavelmente uma força que reinventa a beleza,
Mesmo se o oceano recorda armadas perdidas,
A costa é o palco onde sonha com sereias.
O dia rende-se, mas o oceano não conhece refúgio.
O sol do entardecer é já apenas uma carícia.
Sinto-me refrescado pelas gotas que se evaporam,
Areia e sal revestem-me a pele,
Europa e o Atlântico no corpo,
Europa e um mar distante no espírito.
Isolado na minha praia secreta,
Sob a alta falésia que a mantém apartada,
Perto do trilho escondido que a revela,
Junto à rocha plana onde uma vez fiz amor,
Pergunto ao silêncio por ti.
M.Daedalus |
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